[SERIES] LES REVENANTS : 1×02 – “Simon”

The Revenants

Um episódio que não respondeu dúvidas antigas e criou novas.

Após um piloto com acumulo de informações e dose de suspense na medida, o segundo episódio de “Les Revenants” foi meio… cuén. Nele, o foco foi contar a história do ex-noivo da Adele, Simon: O cara descobriu que seria pai na manhã de seu casamento e morreu no mesmo dia, enquanto a noiva o esperava no altar. De sua morte ao dia atual da história, passam-se 10 anos! Pelo piloto, já dava pra sacar que a filha de Adele era dele também pelo fato ter se calado de imediato na hora que a ouviu chamar a mãe pelo outro lado da porta. O atual noivo da mulher é delegado de polícia e, por ironia do destino (Ou dos roteiristas), dá de cara com o fantasma mais real já vira após o morto muito louco ser flagrado por câmeras de segurança ao quebrar a cara de um comerciante e, consequentemente, parar na sala do policial para se explicar. Sua assistente tira a digital do desordeiro e diz que o cara consta como morto há 10 anos, gerando uma confusão (E até certo pânico) na cabeça do delegado. Entretanto, toma uma atitude taxativa: Prisão no cara até ter alguma pista que solucione a situação. Já frequentei alguns casamentos com presença de políticos, (sub)celebridades e pessoas de certo destaque público mas… Casamento com convidado morto? É, nunca. Espero que o Simon receba o convite.

Seguindo com a protagonista do outro episódio, uma confissão: Alguém mata a Camille de novo? SÉRIO. Baita mina chata do caralho! Ela anda revoltada por não saber o que está acontecendo e decide dar uma de louca no quarto da irmã. Aliás, a Lena foge da irmã como se ela tivesse contraído o vírus da ebóla… Não tá certo. Não sei como ninguém nesse seriado pediu pra ver algum dos “mortos-vivos” pelado! Pensei a respeito disso ontem: Se a pessoa passou tanto tempo morta, o corpo deveria dar algum tipo de sinal de degradação, concorda? Já que no rosto não aparenta, BORA CAÇAR O TESOURO! Hahaha, não. Finalizando: Ela encontra um moleque que não a reconhece, volta pra casa chorando e ouve da irmã que, por acaso, conheceu alguém hoje que também devia estar morto. Papo leve, pra dormir gostoso.

O segundo episódio foi responsável por conhecermos melhor o cara que esfaqueou a garçonete debaixo da ponte. Como suspeitei, ele também saiu debaixo da terra pra dar um rolê e, como todo “bom filho”, retornou à casa. O que não esperava é ser recebido pelo irmão com uma bela duma pázada (Isso é uma palavra!?) na jugular! Ao retomar a consciência, corre atrás do gordinho e “retribui a gentileza”. Aqui em casa, a gente se abraça quando se vê. Cada família tem um jeito de se entende, né? A deles é mais… rústica. Legal, deve doer, mas não condeno. Após o segundo retomar a consciência, eles conversam e o morto entende sua real condição. Diferente de Lena, o irmão do esfaqueador abraça o irmão, emocionado. Família extrema, essa. Fechando esse núcleo, um dos maiores absurdos do seriado até aqui foi o fato da mulher esfaqueada ser encontrada com vida. Até cachorro já tinha lambido aquele presunto. Ficou confuso: Não sei se ela morreu ou se tava só ensaiando.

Finalizo contando a trama do menino-Toshio: Além de não abrir a boca o episódio inteiro, o fdp pula da janela do apartamento de Julie, situado em SEI LÁ QUE ANDAR mas ainda assim alto (Lembram a cena que ela vê ele pela janela, a primeira vez? Então). Mais bizarro que o fato do moleque não morrer na queda (Ou do corpo não emitir nenhum som ao chegar ao solo) é o da solteirona não gritar/descabelar/correr/voar pra tentar socorrer o retardado juvenil! Não sei se ela calou pra evitar que a vizinha carente corresse pro corredor ou se o pânico foi tamanho que a voz falhou. A cena seguinte traz ela no térreo, procurando o corpo. Amigos, é sério: Se alguém pula de uma janela/ponte na sua frente, você não vai correr pra ver o quanto a pessoa se estabacou lá embaixo ANTES  de descer?? A Julie não…! A Julie é dessas que gosta de suspense. Aposto que ela acredita que, dado o tempo que o moleque não abre a boca ele vai dizer algo MUITO relevante como quem os Beastie Boys perseguem no clipe “Sabotage” ou o final da “Caverna do Dragão”. Se o moleque simplesmente arrotar, sinto que ela vai ficar muito decepcionada. Entretanto, ela foi à polícia verificar se alguém procurou a criança e percebeu que não. Tentou falar pro moleque que ele teria que vazar, que lá não tinha lugar pra ele e que ela não tinha brinquedos (Pra ELE brincar porque, né? Solteirona… ‘Cê tá ligado! Hahahaha). A conversa acaba quando ele abraça ela e ela fica tocada. Sei lá, eu teria descido a porrada se ele tentasse me abraçar. Moleque escroto do caralho! Fica olhando feio, não abre a boca e, quando pode, treina o suicídio? Sifudê! Tô fora.

[SERIES] LES REVENANTS : 1×01 – “Camille”

The Revenants

Quando os mortos retomam a vida que desconhecem ter perdido.

Caro leitor, que doideira esse seriado! Quando esbarrei com ele pela internet, torci o nariz de cara por se tratar de uma produção francesa. Produções francesas (E a Lana Del Rey!) me dão sono, é tiro e queda! Entretanto, a premissa me chamou atenção: Imagine ser procurado por alguém que você enterrou (Literalmente) alguns anos atrás e este alguém, em alguns aspectos, parecer melhor que você? É o que acontece na vida dos protagonistas. O episódio piloto apresenta Camille, uma menina de 15 anos retorna a casa de seus pais 4 anos após falecer num acidente de ônibus com sua turma de escola. O curioso é que ela (Assim como todos os personagens “mortos-vivos”) não se lembram de terem morrido, mas sim da última coisa que fizeram antes da morte. No caso da garota, ela lembra de estar no ônibus e “acordar” no local do acidente, sem saber ao certo como parou lá. Como não poderia deixar de ser, a família fica em choque ao perceber o que está acontecendo, mas não deixa transparecer a verdade real para Camille. Se eu encontro algum parente morto na porta da minha casa, me cago inteiro. De verdade. A única reação plausível foi a de Lena, irmã da morimbunda, que abre o berreiro ao dar de cara com a irmã morta. A mãe da menina ficou petrificada, mas teve uma reação NADA provável pra alguém que perdeu a filha e pede em orações a Deus o retorno da mesma.

Outro personagem intrigante é o moleque de 12 anos que segue a solitária Julie até em casa: Ele não abre a boca e tem um olhar penetrante, digno de filme de terror mesmo. A mulher deixa a criança passar a noite na sua casa e diz a ele que o levará na polícia pela manhã. Para dispersar uma vizinha enxerida, ela diz que conhece o garoto e que seu nome é Victor. O que não contava é que o mesmo aceita o palpite como verdade absoluta e lhe responde se chamar assim mesmo. Desde que ele apareceu no ponto de ônibus que ela estava (Lembrou temática do filme “O Grito” americano), cogitei a possibilidade dele ser um filho que ela perdeu quando criança, mas o fato dela não reconhecer nada nele descartou essa possibilidade. O que é possível, dentro da loucura que é o seriado, é ele ser um bebê que ela perdeu a muitos anos atrás. Não sei, é um palpite sujo que provavelmente não acontecerá mas esse show atiçou meu instinto criativo. Mais perto da realidade, acho que ela se afeiçoará ao garoto e ele a levará pro buraco (Samara lifestyle). O fim do episódio entrega que o acidente do ônibus de Camille só aconteceu porque o motorista desviou desse moleque infernal no meio da pista. Se juntar e o moleque do “The Walking Dead”, não sobra um!

Se teve alguém que correu, correu e não foi pra lugar nenhum é o “Joe Who” que procura a Adele. Na hora, pensei ser o ex da gordinha pedindo uma parcela da grana conquistada com as vendas do álbum, mas desencanei porque quero acreditar que ela não escreveria música pesada pra presunto. Quando a Adele de fato aparece, ela é o tipo de pessoa atormentada que, por mais que tocou sua vida adiante, sente pelo cara que bateu a sua porta procurando-a. Ela acredita que surtou ao ouvi-lo e sua última cena é o momento que ele para de frente a sua lápide, constatando o óbito.

Não entendi direito a história do senhor de idade, que recebe “a visita” da filha na mesma circunstância e decidi tocar fogo na casa com a mulher dentro, amarrada. Horas depois, o tiozinho desiste da vida ao pular de uma ponte. A cena do corpo caindo foi foda! Tão bem feita quão pesada. Com certeza, ele acredita ter enlouquecido e decidiu pôr fim a própria loucura.

O episódio piloto, definitivamente, prendeu minha atenção. A trama é bem amarrada e você consegue se projetar inúmeras vezes nas situações propostas. O fato de ser em francês não soou estranho dada a tensão que fiquei durante seus 53 minutos de exibição. Terror psicológico sempre me pega de jeito, diferentemente do terror que beira o pastelão apresentado pelo “American Horror Story” (Aos fãs xiitas do show: Não desprezo a série, mas acho sua fórmula de suspense gasta, esgotada). Pretendo dar sequência a este seriado e escrever, episódio a episódio, minha visão sobre o que fora apresentado. Bora passar medo junto?